segunda-feira, 27 de setembro de 2010

EXEMPLO> TMB

Se esse individuo, que nessa atividade chamarei de João, tem uma vida sedentária, como um funcionário de empresa que trabalha em frente a um computador, sem grandes movimentos corpóreos tem 70 kg e 1,70m de altura, seu IMC será 24,2. Isso significa que ele tem uma massa corporal ideal. Considerando que ele tenha 20 anos, ele precisará de 2087 Kcal. 
Ora, como é feito esse cálculo?
Existe um valor chamado de Taxa Metabólica Basal(TMB), que é uma média do metabolismo humano em repouso gasto em 24 horas. Isso quer dizer que de acordo com seu peso, seu tamanho e sua idade você gastaria, em média, x Kcal para dormir o dia inteiro. Essa taxa tem variantes, como hormônios, composição corporal (gorduras ou falta delas), febre, entre outras. De forma genérica, essa é uma tabela para cálculo da TMB:
Idade: 18 – 30 anos
Homens: 15,3 x peso + 679
Mulheres: 14,7 x peso + 496

Idade: 31 – 60 anos
Homens: 11,6 x peso + 879
Mulheres: 8,7 x peso + 829

Idade: Acima de 60 anos
Homens: 13,5 x peso +487
Mulheres: 10,5 x peso + 596
 De acordo com os dados que eu forneci para a calculadora, temos a TMB de 1739 Kcal para o João. Mas como ele não dorme 24 horas por dia, multiplica-se a TMB por um valor determinado pelo seu tipo de vida. No caso de João, uma vida sedentária. Esse valor é chamado de Fator Atividade e pode ser sintetizada pela seguinte tabela:   
Homens
Atividade Leve: 1,55
Atividade Moderada: 1,78
Atividade Intensa: 2,10

Mulheres
Atividade Leve
: 1,56
Atividade Moderada: 1,64
Atividade Intensa: 1,82

 
Se João tivesse uma vida ativa, com um trabalho mais pesado, seu IMC e seu TMB permaneceriam o mesmo, pois seu peso, sua altura e sua idade ficaram intactos.
Mas, como sua vida é outra, ativa e movimentada, sua necessidade calórica também é outra. A partir desse momento, ele terá que consumir 3304 Kcal. Uma quantidade muito maior do que teria que consumir quando João fazia um trabalho em que não exigia muito dele.
Referências
Tabela de Fator de Atividade e TBM: http://revistao2.uol.com.br/mostramateria.asp?IDmateria=770

Funções e importância dos macronutrientes

Os Macronutrientes, são aqueles que normalmente contém em qualquer alimento. Podendo ter muita ou pouca quantidade...Porém desempenham funções diferentes, são elas:CARBOIDRATO
* principal fonte de energia do corpo, necessária para *respirar, pensar, trabalhar e se exercitar.
* estimula a saciedade e forma reservas de gordura para que o organismo possa usar em situações de fome.
* capacidade de ativar a
serotonina, que controla o humor e o apetite.PROTEÍNA
* atua no crescimento, regeneração e renovação de diferentes tecidos do corpo, como ossos, músculos e pele.
* responsável pela imunidade do organismo.
*produz hormônios, como a insulina, e enzimas que atuam na digestão.
GORDURA (ou lipídio)
*age na formação dos hormônios, inclusive os sexuais, transporta as vitaminas A, D, E
e K.
* atua na formação das células.
* mantém a atividade do sistema nervoso central.
* é fonte de energia.


Recomendações atividades físicas regulares

Calculo do IMC - Índice de massa corporal


domingo, 26 de setembro de 2010

Temas trabalho em grupo 3a etapa

Temas do trabalho em grupo:
§ Anabolizantes, dopping e suplementos alimentares.
§ Musculação ou caminhada. O que serve para quê ?
§ Distúrbios alimentares.
§ Doenças do sedentarismo.

Anabolizantes


O QUE SÃO ESTERÓIDES ANABOLIZANTES?
São hormônios sintéticos que quando comparados à testosterona (hormônio masculino natural), têm maior atividade anabólica (promovem crescimento).

COMO SÃO USADOS?

Geralmente são usados por via oral ou parental (injetáveis). Alguns usuários fazem abuso de preparações farmacêuticas disponíveis uso para veterinário.

POR QUE OS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES SÃO USADOS?
Por indicação médica são usados no tratamento de doenças como por exemplo da anemia, hipogonadismo e angioedema hereditário, por exemplo.
O uso ilícito por atletas, freqüentadores de academias ou pessoas de baixa estatura é feito na crença de que essas drogas:

- aumentam a massa muscular;
- aumentam a froça física;
- aumentam a agressividade;
- diminuem o tempo de recuperação entre os exercícios intensos;
- melhoram a aparência;
- melhoram o performance sexual; ou com fins de diversão.

No entanto, o uso abusivo leva a efeitos colaterais graves, os quais são desconhecidos pelos usuários.


QUAIS SÃO OS EFEITOS INDESEJADOS DOS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES?
Sistema Nervoso Central:
- agressividade aumentada, hiperatividade, irritabilidade;
- psicose (alucinações auditivas, paranóia, desilusões);
- episódios maníacos;
- desordens de pânico;
- depressão e ansiedade com ou sem ideação de suicídio;
- cefaléia, náuseas, libido alterado, euforia, apetite alterado;
- aumento da impulsividade e diminuição do nível de cooperação.


Sistema Reprodutor Masculino:
- atrofia testicular com infertilidade; impotência.
- Hipertrofia e carcinoma de próstata;
- Priaprismo (ereção prolongada);
- Feminilização com ginecomastia;
- Alopécia (queda de cabelo).


Sistema Reprodutor Feminino:
- Masculinização, desenvolvimento de acne, hirsutismo, redução da mama, voz rouca e profunda, hipertrofia do clitóris, irregularidades menstruais.


Sistema Músculo Esquelético:
- Aumento de suscetibilidade a lesões de músculos e tendões;
- Em adolescentes ocorre a soldadura prematura das epífises resultando em retardo do crescimento, ou seja, o indivíduo não cresce até sua altura potencial;


Sistema Cardiovascular:
- Retenção de sódio e água, aumento da pressão sangüínea, edema de tecidos, aumento do colesterol;
- Coração: infarto do miocárdio, hipertrofia ventricular esquerda, aterosclerose e outras doenças cardíacas.


Sistema Hepático:
- Hepatite, ruptura de vasos sangüíneos no fígado, carcinoma hepatocelular, hepatoma, icterícia colestática.


Sistema Renal:
- Tumor de Wilms e elevação da creatinina.


Outros efeitos endócrinos:
- Tireóide: dimunuição de níveis hormonais (tiroxina, triiodotironina, TSH, TBG).
- Acne, alteração dos lipídios da pele;
- Metabolismo da glicose:alterações, resistência a insulina, intolerância a glicose.


OS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES PRODUZEM DEPENDÊNCIA?
Ainda não está esclarecido, no entanto é reconhecida a Síndrome de Abstinência, caracterizada por irritabilidade, nervosismo e alteraçòes do humor.

OS POTENCIAIS RISCOS DO USO INDISCRIMINADO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES ULTRAPASSAM OS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS PARA A PERFORMANCE ATLÉTICA, POR ISSO SEU USO DEVE SER DESENCORAJADO.

O QUE É "Doping"

É o uso de substâncias naturais ou sintéticas visando a melhora do desempenho dos atletas em competições. Este objetivo é ilícito e por isso são feitos testes de doping durante competições.

QUAIS DROGAS SÃO CONSIDERADAS DOPING EM ATLETAS?

As substâncias pertencentes as seguintes classes farmacológicas:

  • Estimulantes: pseudoefedrina, efedrina, anfetamina, etc.

  • Narcóticos: morfina, codeína, propoxifeno, etc.

  • Agentes anabólicos: testosterona, nandrolone, stanozolol, etc.

  • Diuréticos: hidroclorotiazínicos, furosemide, etc.

  • Betabloqueadores: propranolol, atenol, etc.

  • Hormônios peptídeos e análogos: Hormônio do crescimento, eritropoetina, corticotropina.

Suplementos alimentares mais conhecidos

Cafeína: como a cafeína tem ação lipolítica, supôs-se que a suplementação auxiliaria na lipólise e pouparia glicogênio muscular. Mas os resultados foram contraditórios e apesar de ser também um forte estimulante, a cafeína é um diurético, aumentando a perda líquida em atividade, um fator indesejável. A quantidade de cafeína para ter um efeito significativo como estimulante é muito grande e seria considerada doping. Além disso, o consumo cotidiano de cafeína interfere na sua sensibilidade – pessoas que nunca consomem café são mais sensíveis aos seus efeitos. Essa variação pessoal seria mais um complicador caso se faça uma prescrição individual de uso.
Carnitina: atua como transportadora de lipídios intracelulares e pensou-se que o uso poderia facilitar a utilização de AGL circulantes. Mas os estudos mostraram que esse tipo de suplementação não traz melhorias ao rendimento e que na verdade o que pode acelerar o processo é uma aceleração do funcionamento enzimático intracelular, o que só ocorre com o treinamento. Mesmo assim, a carnitina é vendida mundialmente sob o pretexto de ser um “queimador de gordura”.
Aminoácidos isolados: o consumo de aminoácidos isolados como suplemento iniciou com a suplementação de pessoas doentes e os defensores desta prática para atletas alegam que poderiam estimular a secreção de hormônio do crescimento (GH), mas isso não foi provado. Existem indicações de que estes aminoácidos poderiam influenciar a absorção de outros aminoácidos, causar falha renal e lesões teciduais. A suplementação por longos períodos com aminoácidos não tem qualquer benefício comprovado sobre o rendimento, podendo ainda induzir um quadro de resistência periférica à insulina. Não há, portanto evidências apontando o uso de aminoácidos como sendo benéfico para o atleta ou para o seu rendimento.
BCAA (Branched-chain amino acids): aminoácidos de cadeia ramificada, valina, leucina e isoleucina. A maior quantidade de estudos com BCAA deve-se ao quadro da fadiga central. As estratégias para utilização do BCAA em relação à fadiga central procuram estabelecer que sua suplementação realmente atrase o início da fadiga.
Atualmente existem três manobras nutricionais para evitar a fadiga central:
a) suplementação de CHO durante o exercício, o que diminuiria o uso de BCAA, e consequentemente sua queda no sangue;
b) suplementação com BCAA para manter seus níveis no sangue;
c) uma mistura de BCAA e CHO durante o exercício.

O poder anabólico e anticatabólico dos BCAA também vêm sendo estudado. O consumo de BCAA estimularia a liberação de hormônios anabólicos como o GH, insulina e testosterona.

Vários estudos já mostraram que altas doses de BCAA podem afetar negativamente o rendimento, reduzindo a absorção de água, causando distúrbios gastrintestinais e aumentando a produção de amônia.
Beta-hidroxi metil butirato: quando associado ao treino de força parece induzir aumentos na massa magra e na força, no entanto a quantidade dos estudos e as populações estudadas não permitem fazer qualquer tipo de prescrição confiável.
Glutamina: é o aminoácido mais comum em nosso plasma e é muito queimado em exercício. Este aminoácido é fonte energética para as células do sistema imunológico e as quedas da glutamina baixam a resistência contra infecções oportunistas, um dos motivos para gripes e resfriados próximos à competições ou treinos fortes. A glutamina não pode ser suplementada eficientemente porque as células intestinais são altas consumidoras de glutamina e não permitem que ela passe para o sangue.

Além do efeito sobre o sistema imunológico, a glutamina poderia ter um efeito anabolizante e de estimular a síntese de glicogênio. Formas associadas do aminoácido e outras alternativas estão sendo estudadas e existe alguma indicação de que mesmo com a questão da absorção abdominal prejudicada, o fato de suplementar poderia poupar glutamina endógena.
Creatina: a capacidade máxima do sistema anaeróbico em produzir energia é regulada pela degradação do fosfato de creatina e dura em média 10 segundos. A concentração de fosfato de creatina intramuscular é importante para a realização de exercício anaeróbico, intermitente ou de apenas um esforço único que dure no máximo 30 segundos.

A creatina que usamos pode ser fornecida diretamente pela alimentação (carnes) ou ser produzida de forma endógena pelo fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina.

Os efeitos da creatina suplementada são mais bem percebidos em:
- testes de sprint na natação
- produção de força máxima em cicloergômetro;
- tiros de até 700 metros em corrida;
- velocidade final em tiros de 60 m em corrida;
- tempo até a exaustão em testes de alta intensidade em bicicleta;
- capacidade de força e na composição corporal de levantadores de peso;
- performance em saltos.

O uso da creatina deve obedecer a uma estratégia porque ela é transportada para o interior celular por proteínas que, quando expostas por longos períodos a grandes doses de creatina, perdem sua sensibilidade. Portanto, o consumo regular de creatina não surte qualquer efeito. O período em que a creatina intramuscular fica elevado é de 4-6 semanas.

A creatina é mais bem absorvida quando ingerida junto com CHO em líquidos mornos. Até o momento não se conhece nenhum prejuízo à saúde devido à suplementação com creatina como na estratégia proposta. O uso crônico não foi avaliado.

Atletas de atividades mais longas do que 5 minutos parecem não ter qualquer benefício com a creatina, podendo apresentar ligeiro ganho de peso, o que normalmente é indesejável em várias modalidades.

Taxa de metabolismo basal

Cálculo para homens: MB = 1,3 x {66,4 + [(13,7 x peso(kg)) + ( 5 x altura(cm)) - (6,7x idade(anos))]}

Cálculo para mulheres: MB = 1,3 x {655,1 + [(9,5 x peso(kg)) + (1,8 x altura(cm)) - (4,6 x idade(anos))]}

Exemplo: uma mulher de 30 anos, pesando 60 kg e com altura de 160 cm terá um MB de: 1787,5 calorias/dia. Lembrete: caso pratique atividade física regular, substituir a multiplicação inicial de 1,3 por 1,5. Existem outras formas de calcular o MB, mas todas levarão ao mesmo resultado.

Quanto à qualidade, cerca de 50% a 60% das calorias totais do dia devem ser provenientes de carboidratos, que podem ser complexos (amidos) ou simples (açúcar, frutose).
Deve-se dar preferência ao consumo de arroz massa e pão integrais, além de frutas e verduras, ricos em fibras (são necessários por volta de 30g de fibras por dia). De 15 a 25% da dieta deve ser composta de proteínas e até 30% de gordura.

CALORIAS GASTAS AO EXERCER ATIVIDADE DURANTE 1 HORA

Segue abaixo uma tabela simplificada de gasto calórico e atividade física. Ela não traz, por exemplo, o gasto calórico de diferentes tipos de dança, mas uma média do que se gasta dançando. É óbvio que quanto mais agitada a dança, maior será o gasto calórico.
Outra questão é comparar o gasto calórico no inverno e verão. O gasto calórico é muito maior no inverno, pois o corpo dispende muita energia produzindo calor para manter a temperatura estável entre 36 e 37 graus.
Alongamento
280
Andar a cavalo
175
Andar rápido
280
Arrumar camas
140
Assistir aula
126
Assistir TV
70
Basquete
560
Sinuca
175
Correr
560
Costurar ou tricotar
105
Cozinhar
175
Dançar
315
Dormir
63
Fazer supermercado
245
Ficar em pé na fila
84
Flexões
315
Futebol
700
Jardinagem
350
Jogar baralho
105
Lavar louça
161
Levantamento de peso c/muito esforço
420
Nadar devagar
560
Passar aspirador
175
Passar roupa
165
Passear de bicicleta
560
Pedalar ergométrica c/muito esforço
735
Pescar
280
Pingue-pongue
280
Relações sexuais ativas
105
Relações sexuais passivas
70
Servir comida
175
Surfar
210
Tocar violão
140
Tomar banho
280
Trocar de roupa
175
Varrer chão
175
Vôlei de praia
560


Gastos de calorias nas diversas atividades

As calorias apresentadas na tabela abaixo referem-se às despendidas, nos referidos exercícios, por minuto. Para saber a quantidade de calorias despendida em seu exercício, é só multiplicar o valor de 1 minuto pelo total de minutos para efetuar o exercício.
Modalidade
Calorias por min.
Modalidade
Calorias por min.
Mergulho tipo apnéia
17,9
Squash
7.8
Caminhar moderado
3.6
Equitação
6.9
Caminhar acelerado
6.4
Golfe
4.1
Corrida 12km/hora
15,0
Basquete
7.1
Squash
13,7
Beisebol
4.8
Futebol
10,4
Boliche
6.9
Ginástica Aeróbica
8,6
Boxe
15.0
Ginástica Localizada
8,0
Canoagem
11.1
Tênis
8,0
Capoeira
13.0
Dança Social
6,3
Dançar moderado
4.3
Tênis de Mesa
6,0
Dançar vigoroso
5.9
Futebol
8.5
Equitação
6.9
Natação
5,0
Handebol
7.8
Passear de Bicicleta
4,5
Esquiar na neve
9.9
Voleibol
3,7
Esqui aquático
7.4
Hidroginástica
11.1
Jogar peteca
5.3
Ginástica aeróbica
13.6
Pingue-pongue
3.9
Ginástica localizada
14.5
Pular corda
11.1
Musculação academia
15.0
Alongamento
3.3

Educação Física - CONCEITUAÇÃO

Pode-se conceituar a Educação Física no panorama mundial atual como uma atividade educativa por excelência, comprometida com os direitos fundamentais do ser humano (saúde, ocupação saudável do tempo livre, preservação da cultura, entre outros) constituindo, portanto, um meio efetivo para a melhoria da qualidade de vida.

Educação Física hoje e as Representações Sociais
Dos diferentes entendimentos que se tem acerca do que é ou deva ser a Educação Física, resultam diferentes pressupostos teórico-metodológicos para o seu ensino na escola.Atualmente podemos identificar o predomínio de concepções na Educação Física brasileira. Para Castellani Filho (1994), são três as perspectivas que hoje encontram na Educação Física maior significância:

a) uma, que se encontra na sua biologização, ou seja, ocupa-se dos aspectos biológicos da Educação Física;
b) outra, que se percebe na sua psicopedagogização, ocupando-se dos aspectos psicológicos e pedagógicos do ensino da Educação Física; e
c) proposta de uma prática pedagógica transformadora, preocupando-se com os aspectos simbólicos das diferentes manifestações da Educação Física.De fato, a sociedade, a escola ainda hoje, concebe essa área e seu profissional, na escola e fora dela, como a responsável pela garantia da saúde das pessoas por meio de práticas esportivas e de atividades físicas. Tais noções são fortemente reforçadas pela mídia, sobretudo a televisionada, porque, geralmente, quando são realizadas entrevistas e documentários em programas esportivos ou jornalísticos sobre a profissão com ou sem a presença do professor de Educação Física, estas se referem a aspectos sobre atividade física e saúde, detecção de talentos ou outras matérias do gênero que nos permite fazer determinadas leituras de uma área permeada de representações em torno da qual a sociedade constrói concepções idealizadas sobre a Educação Física.


EDUCAÇÃO FÍSICA: HISTÓRIA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Analisaremos cada uma dessas concepções delimitando-as e caracterizando-as para um melhor entendimento de como ocorreu o processo de construção das representações sociais da saúde nessas concepções como área encarregada, através das práticas de atividade física e esportivas, de cuidar da “saúde”, de valores “cívicos” e “morais” dos sujeitos sociais.

Concepção Higienista
A Educação Física Higienista surge no Brasil em fins do século XIX. Percorrendo mais de 40 anos de existência, essa concepção é implementada pelo liberalismo burguês, que acreditava resolver os problemas sociais enfrentados pela sociedade brasileira através da escola. “O inchaço das cidades, a formação de bairros insalubres, a proliferação de doenças infecciosas provindas das precárias condições de vida. O pensamento liberal da época não atribuía os inúmeros problemas enfrentados pela sociedade brasileira ao seu modelo sócio-econômico, mas ao analfabetismo e a falta de escolarização da população. A grande concentração de pessoas em um só setor, o aumento de doenças e as péssimas condições de vida constatada nos bairros operários estavam relacionados à “ignorância do povo”.Diante desse quadro social, dissemina-se a noção de que essa sociedade precisa, urgentemente, adquirir hábitos higiênicos no seu dia-a-dia, garantindo que fiquem longe de doenças e sempre sadias.
A Educação Física não era considerada como disciplina pedagógica, mas como um instrumento capaz de promover a saúde das pessoas. Representava a própria extensão dos órgãos de saúde na escola.

Concepção Militarista
A Educação Física Militarista, inspirada pelo movimento fascista, surge em 1931, como disciplina obrigatória nos cursos secundários. Esta foi expandida nas escolas, visando “aperfeiçoar os indivíduos” e promover a “saúde da Pátria”. De fato, tal concepção postula que é possível homogeneizar o povo através das atividades físicas e do desporto, independente de suas diferenças étnicas.
Passa a reforçar ainda mais os interesses de se obter, através de exercícios, pessoas mais fortes e mais saudáveis em condições de defenderem sua pátria.
A representação aparente da concepção militarista era a de obter uma juventude capacitada para suportar o combate, a luta, a guerra. Assim sendo, pregava um tipo de Educação Física “selecionista”, porque os mais fortes, os ditos mais aptos estariam com mais condições de praticá-la. Aqui, a Educação Física apresenta-se como colaboradora do processo de “seleção natural” passando a valorizar e evidenciar os mais “fortes” em detrimento dos mais “fracos”.

Concepção Pedagogicista
No período pós-guerra, compreendido de 1945 a 1964, surge a Educação Física Pedagogicista. Representou um avanço em relação às concepções anteriormente assinaladas, pelo fato de ter considerado a Educação Física uma disciplina escolar. Sua preocupação não era a de ofertar uma formação crítica para a juventude brasileira, mas de mantê-la fora do processo de construção de uma nova consciência capaz de promover a reflexão sobre a realidade social e de não permitir uma diminuição das injustiças e desigualdades da época.
De fato, a Educação Física Pedagogicista, respeitada acima das questões políticas e dos interesses inerentes de cada grupo ou classe social foi implantada na escola pública para fortalecer e encobrir as desigualdades, alterando e limitando a prática da disciplina e a postura do professor.
A tendência em questão, em seu caráter neutro, é quem vai chamar atenção da sociedade para o fato de que a Educação Física não deve apenas funcionar como a responsável pela promoção da saúde ou de disciplinar a juventude, mas deve-se encará-la como uma prática educativa. Portanto, o sentido a ela atribuído se diferencia das tendências anteriores porque propõe uma disciplina preocupada com os aspetos também educacionais.Concepção Competitivista
Com o surgimento da Educação Física Competitivista, consolidava-se a concepção que iria privilegiar o Treinamento esportivo, tornando o “esporte de alto nível” o principal paradigma da Educação Física na escola.
O exagero pela competição, o fortalecimento do individualismo, a busca incessante e a qualquer custo pela vitória são neste momento histórico algumas das marcantes representações veiculadas pela Educação Física. Não diferente das anteriores, essa tendência faz vistas grossas aos conflitos político-sociais, considerando como mais importante o “vencer”. O conteúdo de ensino passa a ser oficialmente o desporto de rendimento ou alto nível, reforçando a noção de que todos podem, independentemente das desiguais oportunidades, praticá-lo a ponto de um dia também chegar ao topo. A conquista do pódio nos esportes serve como metáfora para “o vencer” na vida.

Concepção Popular
Ao contrário das concepções anteriormente citadas, a Educação Física Popular revela uma produção teórica ampla e de fácil acesso.
A Educação Física Popular não está preocupada com a saúde pública, pois entende que tal questão não pode ser discutida desvinculada da problemática forjada pela atual organização social, econômica e política do país. A Educação Física Popular não pretende ser disciplinadora dos sujeitos sociais e muito menos está voltada para o incentivo da busca por medalhas. Ela é, antes de tudo, ludicidade e cooperação, e nesse sentido o desporto, a dança, a ginástica, etc., assumem um papel de promotores de organização e mobilização dos trabalhadores.

O Movimento Psicomotricista
O primeiro estudo a ser explicitado sobre os movimentos renovadores da Educação Física na década de 1980, diz respeito ao “Desenvolvimento Psicomotor” de Jean Le bouch. A psicomotricidade, considerada uma teoria geral do movimento que utiliza na formação do sujeito a estruturação do esquema corporal e as aptidões motoras.
A metodologia da educação pelo movimento, ao identificar-se com a psicocinética, respeitará a estrutura corporal das crianças de acordo com as suas faixas etárias. Neste caso, existe a possibilidade de uma ação educativa que a partir dos movimentos naturais da criança e das atitudes corporais, favorece a originalidade da imagem corporal.

Movimento Humanista
O Movimento Humanista foi formulado pelo autor Vitor Marinho de Oliveira (1985), em seu livro “Educação Física Humanista”, o qual faz opção pela psicologia centrada no cliente de Carl Rogers como fundamentação teórica de sua proposta.
A proposição da Educação Física Humanista leva em consideração os seguintes pontos: aprendizagem significativa e a Educação Física Escolar o potencial criativo e a Educação Física Escolar; a individualidade e a Educação Física Escolar; o jogo e a Educação Física Escolar; o exercício natural e a Educação Física Escolar; e a liberdade e a Educação Física Escolar.

O Esporte Para Todos (EPT)
O movimento renovador Esporte Para Todos (EPT) foi apresentado por Dieckrt (1985). Surge por se contrapor ao esporte de rendimento o qual vinha sendo desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar. Essa contraposição é reforçada a partir do momento em que o autor apresenta as características do esporte a ser praticado por atletas de alto nível e do tipo de esporte a ser desenvolvido para todos.
A idéia é a de que se de um lado o esporte de rendimento impõe regras de nível internacional, voltado pra pessoas aptas (atletas) a realizá-lo, por outro se dispõe do EPT, que voltado como proposta ao atendimento de todos, apresenta-se desvinculado de performances meramente técnicas podendo ser praticado por todas as idades para a melhora da qualidade de vida através da prática de atividades físicas, recreativas e esportivas.Nesse sentido, nas aulas de Educação Física, o esporte é o conteúdo eleito para garantir a participação de todos nas atividades corporais.

O Movimento EPT, apresenta-se como uma proposta alternativa em relação ao esporte de rendimento. Assim, no meio educacional e, em particular, na Educação Física, as aulas deixam de ser centradas no professor passando a serem centradas no aluno, considerando o educando como sujeito do (e no) processo.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL


Os índios - No Brasil colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.

Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar. "Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.

Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance. A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o processo.